Luz do anoitecer
Solitude de meu ser,
Assiste-me vanescer
Abajur da penumbra
Amarelada como há de ser,
Embala minha amargura
Raios do amanhecer
Nascer do sol,
Ontem eu quis morrer
Digo o que queria ter escrito
Demasiadas palavras pagas
Meu alimento, meu sustento
De carne, com proventos
Melancolia que me toma
Guardada ou dita, sem grafia
Não cabe em palavras, pois não se paga
Minha dor apenas se narra
Todos dizem que na análise você faz as pazes com a sua infância. O que acabo de perceber é que fiz as pazes com o Jean adolescente, recalcado.
Posso continuar minha Jornada livre do sentimento de dívida com essa etapa tão importante da vida que foi minada pelo patriarcado, pela heteronormatividade e pela igreja; pela Era de Peixes. Está vivida. Tardiamente, mas vivida.
Eu sinto um chamado. É hora de partir. Já deixei tanto pra trás mas ainda não sinto que foi o suficiente. Meu ninho apodreceu, as raízes me sufocam. O que quer de novo que eu faça aqui me leva de volta ao meu passado, a um lugar onde não quero mais estar.
Minha família, meus amigos, o amor da minha vida, meu emprego, as ruas e a noite dessa cidade, me deixem ir. Me permitam desprender. Meu ciclo aqui se encerrou. Saturno completou sua volta. É hora de viver o mundo. Hora de ser errante aos quatro cantos.
You paint yourself as a devil
I saw so much more than that on you
I believed in your light too
But you like living that way
You said that’s what your family made you look like
But you’re too comfortable down there to explore new places like I did
You’re not strong enough to put yourself out of your comfort zone
Then your weapon to feel stronger is make other people feel weaker
So I left you before you made me permanent damage
From hurt to hurt you actually almost got me killed
Then I raised my flight but I couldn’t take you with me as I thought
That’s an individual effort
Indeed I managed flying down hell not melting my wings
Now I can fly anywhere I want. Do you?
Thank you for the journey.