segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Meu encontro com Monsieur Periné

(Programação S.E.N.S.A.C.I.O.N.A.L.)
Sábado passado eu vivi um dos momentos mais fantásticos de minha vida em minhas relações fã-ídolo. Tudo aconteceu em um evento pré-carnaval (o S.E.N.S.A.C.I.O.N.A.L.) na Praça da Savassi, em Belo Horizonte. Eu gosto muito do Carnaval e os eventos de rua são sempre bastante atrativos nessa época do ano. Acordei na manhã desse domingo decidido a comparecer. Apesar de ter confirmado presença pelo Facebook, eu não havia olhado a programação do evento nem as bandas que ali tocariam. Subitamente uma vontade de verificar as atrações do evento me ocorreu (acho que foi obra de Iemanjá. Dia 02 de Fevereiro é seu dia e pouco antes eu tinha saudado a Rainha do Mar, Odoiá! Ela me deu um presente e tanto! rs). Esperava ler somente o nome de bandas desconhecidas, mas para minha surpresa, estava lá escrito o nome de uma das minhas bandas preferidas: Monsieur Periné. Fiquei empolgadíssimo!

Eu conheci a banda Monsieur Periné no início do ano passado devido a um evento que acontece todas as sextas-feiras na PUC-MG: a Sexta Erudita. Lá é comum que se apresentem grupos musicais de Belo Horizonte e naquele dia foi a vez do grupo BH Gypsy Jazz (já que não encontrei nenhum site do grupo, vou por um um vídeo deles que está no YouTube). O grupo fez cover de algumas músicas francesas famosas e algumas outras que eu não conhecia (não sei dizer se chegaram a cantar alguma de autoria própria). Entre as músicas que eu não conhecia, uma me agradou muito: Cou Cou. Após a apresentação, eu procurei a música na internet e a encontrei cantada por Catalina García, vocalista do grupo Monsieur Periné. Eu achei a voz dela muito gostosa de se ouvir e pelo nome do grupo, julguei que se tratasse de alguma banda francesa. 

(Grupo Monsieur Periné)
Fiquei bastante interessado por Monsieur Periné e resolvi buscar por outras canções. Para minha surpresa, eram todas músicas latinas cantadas em espanhol. O site da banda também estava escrito nesta língua e então pensei se tratar de uma banda espanhola. Mais tarde, assistindo a algumas entrevistas e lendo sobre a banda descobri que na verdade, Monsieur Periné é de Bogotá, capital da Colômbia. Pra mim, a ideia de uma banda querida em um país vizinho é ainda mais excitante do que em um país do outro lado do oceano Atlântico. Desta forma me tornei um grande admirador da banda.

(RT de @monsieurperine)
Monsieur Periné não é muito conhecida no Brasil. Eu imaginava que por esse motivo demoraria um pouco para que fizessem algum show por aqui. Por sorte estava enganado. Demorou apenas um ano pra que esse show enfim acontecesse. Monsieur Periné confirmou presença na S.E.N.S.A.C.I.O.N.A.L. e nos carnavais de Recife e São Paulo. Não bastava assistir a um show de uma das minhas bandas preferidas em plena praça pública, tinha que ser a primeira performance deles no Brasil! No palco, estavam todos claramente contentes pela nova experiência e Catalina estava graciosa em seus sorrisos e em seu portunhol.

(Eu e a Catalina)
No momento de sua apresentação não deu outra. Estava na primeira fila da plateia e fiquei na grade cantando "La Tienda de Sombreros", "La Ciudad", "Sabor a Mí", "Cou Cou" e "La Muerte". Foi um momento inesquecível. Mas o melhor ainda estava por vir. Tenho uma amiga (Camila) que namora com um dos integrantes da banda Power Muzak, de Belo Horizonte (André). A vocalista da Power Muzak (Carol) foi quem recebeu os integrantes de Monsieur Periné em BH e portanto, ela sabia em qual hotel eles estavam hospedados e já tinha iniciado uma amizade com a Catalina e os meninos. Sabendo que eu sou um fã da banda, a Carol me levou no hotel pra conhecê-los. Lá no hotel eu conversei com a Catalina e com o guitarrista Nicolás Junca. Os demais só deu pra cumprimentar. A Catalina e o Nicolás esbanjam simpatia. São super simples. Apesar de eu ter ficado um pouco apreensivo, eles descontraíram o ambiente. O Nicolás até se sentou do meu lado no hall de entrada do hotel enquanto o resto da banda se trocava no quarto. Ele me disse sobre os próximos shows no Brasil, nós conversamos rapidamente sobre BH e o Carnaval no litoral do país. Pouco antes eu havia cumprimentado boa parte da banda ali mesmo no hall do hotel. Quando a Catalina chegou eu fiquei um pouco apreensivo. A Carol a cumprimentou e então me apresentou como um "grande fã". Naquele momento Catalina olhou pra mim meio surpresa. Me deu um abraço e então eu a contei como conheci a banda dela. Ela sempre sorrindo e eu abestalhado. Então a Carol pediu pra que batêssemos uma foto e a Catalina sequer exitou. Me abraçou e sorriu pra primeira foto e então pôs a mão na cintura e fez uma careta para uma segunda foto. A Carol me disse: "Jean, ela tá fazendo careta, faz também!". Então eu fiz e essa foi nossa segunda foto. Infelizmente meu cabelo estava molhado em cima devido à chuva e ficou horroroso nas duas fotos, mas dessa vez eu deixo passar. haha.

(Fazendo careta)

Ainda estou estasiado com tudo o que aconteceu, mas essa lembrança vai ser algo que sempre levarei comigo e espero poder reencontrá-los em outros shows. Nessa vida eu não duvido de nada!


sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Rio de Janeiro, Cidade Maravilhosa

Nesse post irei relatar minhas principais impressões, sentimentos e percepções que tive na cidade do Rio de Janeiro em viagem de cinco dias no início do mês de Janeiro de 2013. Fui com três amigos da Geografia (Kaique, Marcela e Renato) e estávamos todos em busca de explorar muito mais a cidade do que simplesmente o litoral, como é de costume dos mineiros.

Pegamos um voo em Confins na tarde de uma quarta-feira (09) com destino ao aeroporto Santos Drummond. Tudo ocorreu super bem. Sem atrasos no voo, sem problemas com o tempo. Quando o comandante disse que iríamos pousar, após cerca de 45 minutos de voo, eu vi a cidade surgindo imponente abaixo de mim. Foi uma visão e tanto! Ver o Cristo, a ponte Rio-Niterói, o mar (mineiro sempre fica abobalhado ao ver o mar, não importa quantas vezes já o viu), foi muito belo. Nunca havia estado em uma cidade maior que minha BH antes, então foi interessante observar o tamanho da mancha urbana da metrópole fluminense.

Ao desembarcar, o primeiro estranhamento. Desde 2006 eu não visitava o litoral, estava super acostumado ao clima de minha cidade, o Tropical de Altitude. Ao me deparar novamente com o Tropical Litorâneo Úmido, senti um certo desconforto mas rapidamente me acostumei: "É tão úmido e quente, mas faz com que a gente se sinta tão bem" (rs). Entretanto, o litoral nos presenteia com uma sensação que nunca sentiremos em Minas: aquela brisa que vem do mar. Na noite do dia em que chegamos uma nos acometeu na praia de Copacabana que vai ficar pra sempre em minha memória.

No meio do ano passado conheci em Belo Horizonte, devido a um encontro nacional de geógrafos que acontecia na UFMG (o ENG), três estudantes de Geografia da UFF-Campos. Os três são do estado do Rio de Janeiro (um do Rio, um de Cordeiro e uma de São Gonçalo), mas todos amam a capital fluminense e despertaram em mim uma enorme vontade de conhecer a Cidade Maravilhosa, a qual eu guardava muito despeito por achar que a mídia e o governo privilegiavam em relação a outras cidades brasileiras (o que não deixa de ter um pouco de verdade). Ah! Esses estudantes são o Bruno, a Elaine e o Vicente. Eles foram super cordiais e simpáticos comigo, assim como são todas as pessoas que conheço no Rio. Infelizmente em sua própria cidade, não recebi muita simpatia dos cariocas. Já que toquei nesse assunto, vou me delongar. Talvez não seja uma questão de grosseria, pode ser apenas o jeito carioca de ser ou eu que dei azar mesmo de ser atendido somente por pessoas pouco cordiais. Mas o fato é que desde o hostel em que fiquei hospedado até os restaurantes que frequentei me senti (e também meus amigos) como se estivesse mendigando atendimento e informações. Quase sempre recebíamos respostas monossilábicas em tom ríspido. Contato visual não existia. Os garçons eram os mais desatentos que já tive notícia. Talvez eu esteja sendo muito exigente, mas estou acostumado às conversas delongadas,às prozas, ao contato visual, ao "com'é que cê tá?"... Aqui em Minas é comum que desconhecidos puxem conversa nas filas de banco ou no ônibus. Mas minha surpresa [surpresa boa] veio dos taxistas. Fui advertido várias vezes por colegas para ficar atento com eles. Peguei meu primeiro táxi super desconfiado. Mas de forma geral, os taxistas foram super simpáticos. Nenhum deles se aproveitou do fato de sermos turistas para fazer rotas mais longas (acompanhei tudo quietinho pelo GPS, sou esperto XD). Outra exceção também foi o restaurante Monchique em Copacabana. Atendimento e preço de qualidade, fiz questão de deixar uma recomendação no Foursquare. (rs).

Outro aspecto que me chamou a atenção no Rio foi a arquitetura. BH tem pouco mais de 110 anos de história em seus prédios. No Rio eu consegui perceber tendências anteriores às presentes em Belo Horizonte. As favelas, inclusive, são bastante diferentes das de BH. Os espigões de granito nos quais elas se localizam, são mais íngremes do que qualquer colina de Minas, isso, é claro, exige dos moradores adaptações a esse ambiente. De forma geral, eu achei as favelas de lá mais agradáveis ao olhar que as daqui por essa característica.

Bem, vamos aos pontos turísticos. Infelizmente eu não pude visitar tudo o que a cidade oferece, claro. Tive que fazer o Plano JK (50 dias em 5). Mas de forma geral eu visitei bastante lugares e amei todos. Uma facilidade foi o fato de eu ter ficado hospedado na Zona Sul (fiquei em Copacabana, próximo ao Posto 5), então o acesso era muito fácil, tanto a pé, quanto de metrô. Ah! táxi no Rio também é uma maravilha. O preço é muito baixo em comparação a Belo Horizonte. Mas também é possível fazer caminhadas sem se cansar já que a cidade é plana, ao contrário de BH que mata a gente já no primeiro quarteirão depois de subir um morro. Rio de Janeiro também está super preparada pra receber turistas. Ficar perdido lá é impossível. Tudo muito bem informado (inclusive em inglês e espanhol), transporte público me serviu muito bem. Ter um litoral já ajuda na percepção espacial (por sorte em BH temos a Serra do Curral, senão não teríamos uma referência natural para nos localizarmos), dividido em postos então... Era só entrar no táxi e dizer: "Posto 5!". O Posto 9 me chamou a atenção pela bandeira LGBT ateada lá. (É o território colorido do Rio).

Pois bem, começamos pelo Forte de Copacabana. Depois de comprarmos a entrada com um soldado super mal humorado entramos no forte. Ele em si não é maravilhoso, mas imaginar todos os acontecimentos históricos ali envolvidos é de tirar o fôlego! A Catedral Metropolitana São Sebastião é tudo isso o que dizem. Liiinda! Por dentro então nem se fale! Os Arcos da Lapa são graciosos, mas é a noite que eles são vibrantes. Bem, não eles em si, mas o que acontece sob eles. A Lapa lembra um pouco a zona boêmia do bairro Santa Tereza com aquela cara de anos 1960 do Lagoinha e Bonfim em Belo Horizonte. Muito samba, muita gente faficheira, enfim, a cara da Geografia. Estava empolgadíssimo pra conhecer a Escadaria Selarón, mas infelizmente o artista Jorge Selarón foi encontrado morto em cima dela exatamente no dia em que iríamos visitá-la. Azar o nosso, não? A Biblioteca Nacional estava com uma fila nada convidativa. Apenas olhamos o hall de entrada e já era possível perceber que era bela. No Museu Histórico Nacional eu fiquei encantado! Todas aquelas obras desenhadas nos meus livros de História ali! Super legal! No último dia visitamos o Jardim Botânico. Ele é enorme! Amei a Vitória-Régia! Nunca tinha visto uma ao vivo. As palmeiras imperiais me lembraram um pouco da Praça da Liberdade.

Falando em praças, não pude deixar de notar a ausência delas. Parece que carioca não é muito ligado a praças. Deve ser coisa de mineiro mesmo. Em BH tudo é nas praças (mas também, com um calçadão de Ipanema e praia, as praças não ficam tão chamativas). Essa presença do litoral mexe muito com o estilo de vida das pessoas. A moda carioca te deixa mais à vontade. É muita bermuda, muito chinelo, muito vestidinho e batinha, muitos acessórios... os cabelos são super cacheados, os blacks são assumidos. Parece que a mulher carioca já superou a chapinha. Eu saía a noite e frequentava restaurantes com certo requinte calçando chinelo. Isso em Belo Horizonte é inimaginável! O mineiro é muito conservador com roupa, isso é fato. Tênis e calça são indispensáveis em quase todos os ambientes.

A música também foi notável. No táxi, no supermercado, o samba está em todos os lugares. Carioca gosta mesmo de samba (e eu também rs). Em Minas o sertanejo é quem owna, sem dúvidas. (Eu troco Paula Fernandes pela Marisa Monte, que tal? rs. Brincadeira!).

No Rio eu fui ao meu primeiro Starbucks já que aqui em BH ainda não tem. Imagina o quanto meus olhos brilharam quando eu vi o cafe! O Renato, por outro lado, ficou deslumbrado com o KFC, que também não tem por aqui ainda. Outros ambientes que gostei foi o bar/restaurante mexicano Rota 66 e o restaurante chinês Chon Kou, este, apesar do péssimo atendimento nas duas vezes em que fui, tem uma vista magnífica pro mar. Ah! Não posso deixar de citar novamente a churrascaria Monchique. Já falei que amei tudo lá? (rs).

Apesar de tudo, a Zona Sul não é tão servida de bares e todos fecham muito cedo. Senti a falta de uma Savassi, de um Sion por lá. A quantidade relativa de bares em Belo Horizonte é muito maior. Não é a toa que nossa cidade é a Capital Mundial dos Botecos. Fomos em um barzinho no Leblon que fechou 01:00 a.m.!

Não dá pra deixar de notar a quantidade de turistas que tem no Rio. Nunca ouvi tanta língua em um lugar só. Ao todo, durante a viagem, contei oito: Português, Inglês, Espanhol (até demais pro meu gosto), Francês, Alemão, Árabe, alguma língua eslava que obviamente eu não consigo identificar (talvez seja Russo) e uma língua oriental que suspeito que seja Coreano. Só conversei com um sul africano que não tava muito pra papo. O lugar em que eu menos ouvi o Português foi no Cristo Redentor e esse eu deixei pro final porque foi uma das melhores partes da viagem.

No dia em que fomos ao Cristo chovia razoavelmente. A visita é muito mais barata do que eu imaginava. Como estudante paguei apenas R$22,00 para subir de bondinho até lá. O bondinho é uma graça. Os gringos estavam adorando (so was I). Sempre falam que a estátua da Liberdade em Nova York é brochante por seu tamanho. No Cristo não tive essa impressão, achei ele formidável. A visão lá de cima é gratificante. Mas nem tudo são rosas. Estava eu lindo e confortável com minha camiseta do Brasil quando uma chuva com um vento fortíssimo nos pegou lá em cima. Os gringos correram para o pé do Cristo e se aglomeraram. Eu estava prestes a fazer o mesmo, mas antes abri meu guarda-chuva pra me proteger. Um vento fortíssimo me atingiu e meu guarda-chuva não resistiu: partiu ao meio me deixando com o cabo na mão enquanto a parte do tecido voava quase atingindo alguns turistas. No momento eu estava pensando em inglês e foi inevitável gritar "Oh My God!!!". Todos caíram em gargalhada. Sou piada em diversos países nesse momento (/chatiado). Enquanto descíamos a escadaria do monumento encontrei uma moeda de R$0,50 no chão. Peguei-a e bradei para meus amigos: "Minha sorte está mudando!". Nesse exato momento um toldo cheio de água caiu sobre minha cabeça. Cristo realmente estava decidido a me trollar. (rs)

A despedida foi no Domingo (13) ainda pela manhã. Nosso voo saiu cedinho, também sem problemas. Quando decolamos fiquei uns últimos minutos admirando a Cidade Maravilhosa pelo céu e pensando: "valeu à pena!". E realmente, "o Rio de Janeiro continua lindo!".