sábado, 11 de março de 2017

You better work

Acho uma coisa engraçada... Tem gente compartilhando post pedindo pra blogueiros não escreverem textos com muitos termos em inglês por causa das pessoas da periferia que lerão, mas não sabem inglês. 1) Baita de uma interpretação rasa dizer que jovens da periferia não conheçam palavras inglesas. 2) Muitos (vários, diversos, um monte mesmo) filhos da classe média aprenderam inglês por estímulos, sem que os pais pagassem escola de idiomas. Ouviram músicas, séries, e buscaram tradução, até atingirem um vasto vocabulário inglês. 3) Se a pessoa da periferia está lendo um blog na internet, ela está com acesso à internet. Portanto, aproveite os estímulos que os blogueiros estão dando e abra uma fucking aba do seu navegador e jogue o nome da palavra no Google que aparece a tradução. Pare de querer tudo na mão. São pouquíssimas as coisas que a gente aprende por osmose.

Publicado no Facebook em 11 de março de 2016.

quarta-feira, 8 de março de 2017

As mulheres de Sofia

Por indicação do professor Breno, estou lendo o livro "O Mundo de Sofia". Engraçada a coincidência que logo hoje, 8 de Março, leio o capítulo "O Iluminismo", no qual Sofia questiona seu professor de Filosofia o porquê de os feitos históricos de mulheres pensadoras, religiosas, cientistas, artistas e revolucionárias não estarem registrados nas enciclopédias impressas da década de 1990. Seu professor responde que as mulheres sempre tiveram papel decisivo nas revoluções históricas, mas eram esquecidas da História quando uma nova ordem era estabelecida. Ao longo de todo o livro, Sofia questiona seu professor onde estavam as mulheres entre tantas figuras homens.

Sofia foi uma garota (ou uma personagem) do início da década de 1990. O que, talvez, Sofia (ou quem sabe, Hilde) não imaginava era que em 2017 teríamos enciclopédias virtuais, como a wiki, nas quais, em colaboração, podemos resgatar a memória e contribuições dessas mulheres.

Ao final do capítulo, seu professor de Filosofia fala sobre Olympe de Gouges, um dos nomes da Revolução Francesa que eu, pelo menos, nunca tinha ouvido falar:

"GOUGES, Marie Olympe de (1748-93), autora francesa, muito atuante durante a Revolução Francesa, entre outras coisas por publicar brochuras alentadas contendo questões sociais além de uma série de peças teatrais. Ela é uma das poucas pessoas que, durante a Revolução, trabalharam para que os direitos humanos abrangessem as mulheres, e publicou em 1791 a "Declaração dos direitos da mulher." Foi decapitada em 1793 porque ousou defender Luís XVI e criticar Robespierre. (Lit.: L. Lacour, "Les origines du féminisme contemporain", 1900)." (Jostein Gaarder. O Mundo de Sofia).


Publicado no Facebook em 08 de março de 2017.