segunda-feira, 27 de dezembro de 2021

Respeito

Respeito

A quem sou

À minha história

À minha trajetória


Respeito 

Por minha dedicação

Pelos meus anseios

Pelos meus sentimentos


Respeito 

Por minha personalidade

Por meus gestos 

Por minha realidade


Respeito 

Não se pede, se tem

E se não há 

Respeito por ti mesmo.


Assim eu me respeito?

sábado, 9 de outubro de 2021

More drama

What it feels like when you persue breaking ancient rules but you finish up broken by your own moods?


What it feels like giving all that you’ve got but receiving less than you need?


I used to feel like a free bird now my silver wings are trapped. They’re melted. It’s hot in here.

segunda-feira, 20 de setembro de 2021

O largo

Você chegou na minha vida há um ano, bem num momento em que muita coisa estava mudando. Me sentia em águas agitadas, dificilmente enxergando onde meu barco pararia. Eu sempre te falei sobre a sua importância nesse processo que me transformou em alguém que gosto mais hoje. Nesse barco você estava comigo me ajudando a segurar os remos. Mas mar agitado gera insegurança, like "onde ele vai parar?". E eu sei o tanto que nesse ano eu te pilhei com tantas falas de uma pessoa que parece inconstante como as ondas do mar. Mas passado esse ano, de alguma forma eu não me sinto mais em tamanha agitação. Sinto que de alguma forma cheguei numa calmaria na qual ao largo e na terra firme vejo espaço para mim e para você. Nossos braços estão cansados do velejo, vamos deitar na praia e descansar juntos? 

Are you coming, my baby?



domingo, 22 de agosto de 2021

The mist

We’re like a stormy cold front coming hard all the way from south 

Nothing stands up after we rain over those until then quiet fields 

We’re just like that cause we’ve learned to take our places 

We’re coming from different lands yet we want to reach the same feeling 

We love how brave each other can be 

And we wouldn’t be here if it was another way 


But when our air masses can’t find each other  the mist of my hyper sharp feelings prevent me to see that you’re feeling that too

As the sun of clarification rises I see how I hurt you and honey I’m so sorry about that 

But you hurt me too and I just can’t act like I was the one to cause this ray storm 


We are proud of ourselves

Each of us is proud of yourself 

But we gotta watch to not let our pride blow us like a Camboriú’s hurricane 


Now that I got your feelings I humble myself after my inner mess

I see clear as a steady sky you are the one I want to stay at the tempest and the calm

Could you just hold me and make our night bed heal us after all?

segunda-feira, 16 de agosto de 2021

Go ahead and light me up

Eu já fui muito elogiado na vida. Em todos os lugares. Cresci acostumado com isso. Desenvolvi uma compulsão pela perfeição. E com isso o workaholism, e depois o burnout. Me senti fracassado por trancar arquitetura mas sabia que era necessário. Mas os aplausos nunca eram suficientes. Sempre muito ansioso pq se não recebesse os elogios e todos os A+ não estava bom o suficiente. Podia fazer um ótimo trabalho, acostumei com a ideia de que nunca era suficiente. Colhi frutos do meu esforço mas por dentro continuava a sensação de insuficiente. Criei padrões inalcançáveis na minha cabeça. E agora, pela primeira vez desde o meu ensino fundamental e saída da igreja que lido com a desaprovação. Com unfollow de gente que gosto, com olhares tortos, com apelidos, com gente que não quer mais estar perto. É claro que foi difícil a princípio estar nesse lugar. Mas aos poucos percebi que eu nunca me senti tão vivo porque também pela primeira vez eu não ligo mais para o que falam de mim. E é tão libertador sentir isso. Agora eu não quero mais ser perfeito, só quero ser eu mesmo. Com todas as minhas qualidades e defeitos, sem medo da opinião alheia sobre mim. Eu tô vivendo o melhor momento da minha vida comigo mesmo. Tô em paz interior e ninguém vai tirar isso de mim.

terça-feira, 29 de junho de 2021

The Only

Namorar drag tem um aspecto interessante que é ter memória afetiva com duas personas diferentes. Tem memórias minhas que são com Kaique, tem memórias que são com Kaila. E elas são muito distintas, não se confundem. É como se eu tivesse um namorado e uma namorada ao mesmo tempo.

Quando tô junto do Kaique durante uma montação, to lá conversando com ele e de repente foi embora, Kaila chegou. Nem sei quando acontece. De repente ela aparece lá pra apavorizar. 

A forma como eu converso e lido com cada um é diferente. O visual, o cheiro, a voz, o olhar, o toque de cada um é diferente. A única coisa em comum é q eu amo compartilhar meu tempo com os dois. Nunca imaginei que namoraria uma drag mas feliz de ser uma talentosíssima, belíssima e q me dá muito orgulho. Tanto quanto meu boy desmontado. 

sábado, 12 de junho de 2021

Early 2000’s

I can see it coming strong and wild 
That same old inner pain that follows me
Since I was an weak scared little child 


I wake up daily to face another round 

Those teens reminds me of who I used to be 

The boy who wanted too much but still stands on the ground


I should remember those days are gone

But the grown boy isn’t healed yet 

I thought I was doing fine but I was wrong 


The light which broke the darkness 

Is now lighting places I once hide 

Those scars are exposed showing my weakness


Cutting old roots hurts 

And I’m the one to do the dirty work

But are you with me on this? 

Can you handle that complex roller coaster called me? 

sábado, 22 de maio de 2021

Angels like me

Hell is made of dropped angels

They all used to look just like me

Before they burned their wings

But if I have to fly down hell with you

Honey I promise I won’t refuse

But not before I silver my wings

Cause I still want to fly back heaven 

And I’ll definitely take you with me

Just look how I can dance in both scenes 

segunda-feira, 10 de maio de 2021

Tatâmi

Coração e mente num ringue

Alma versus razão, quem vence? 

Tanto lutam entre si

Nesse frenesi quase circense 


Tenho-te sempre ao meu lado 

Desse amor não levanto resguardo 

Mas se nesta noite vá-te transante

Repouso-me só com essa dor lancinante.


Mente entende. 

Coração sente.

Corpo deita.

Você chega.

terça-feira, 30 de março de 2021

Tentando

Refletindo aqui sobre a pessoa que tenho me tornado me faz pensar que agora em 2021 eu tenho vivido um processo parecido com o que vivi em 2010, quando entrei para a universidade. O ponto de inflexão do momento? Old que a pandemia. Nunca passei tanto tempo longe de instituições e pessoas que sempre convivo. Me desapeguei de tudo. Todas as minhas bases antes tão sólidas, derreteram. Eu quero mesmo me apegar a tudo o que construi aqui? Tudo isso importa? Aquela menina que estagiou comigo em 2012, aquele menino que fez uma disciplina comigo em 2014, aquele boy que peguei em 2018... pra que eu quero essa gente na minha vida? Eu me entreguei tanto à comunidade, me dediquei tanto ao mundo e o universo me retribuiu. Mas cansei. Agora quero pensar em mim, no que me faz bem, no que me é agradável. Venho caminhando em um caminho de conhecimento e valorização próprios dos quais não pretendo voltar. Ninguém vai me dominar, me possuir. Eu tenho uma personalidade que é só minha. Eu amo quem eu sou e não devo e não quero me esconder. Não é como se eu não soubesse antes, é como se eu tivesse aberto uma nova camada em mim mesmo, da qual os traumas de infância começam a ser superados e eu sigo fortalecido. 

domingo, 14 de março de 2021

2012

Passam dias, passam meses e minha inquietação não chega ao fim
Queria aproveitar meus dias sem me preocupar.

- -

Rascunhei isso em 2012. O que passava pela minha cabeça? Não faço mais ideia. Mas consigo me lembrar do sentimento.

I’m done

"I'm done". Essa é a expressão que traduz tudo o que senti nesses último meses. 2014 foi um ano do qual jamais me esquecerei, se houve um momento em que minhas crenças foram provadas, este foi o momento. Posso dizer que me sinto forte e adulto como nunca me senti antes, mas para isso tive que passar por uma batalha com meus próprios valores.

Sempre fui muito intenso no que cri. Tive minha fase de evangélico, de ateísta, naturalista, vegetariano, aquecimentista, militante de esquerda, entre outras. Sempre vivi em busca daquilo que acreditei ser o "certo", o "correto" e para afirmar meus valores como verdadeiros, sempre precisei mostrar como o oposto era "errado". Talvez essa necessidade de deslegitimar o diferente, mostre quão frágeis minhas convicções sempre foram.

Acontece que, entre verdades aqui e ali, de repente percebi que elas não pode ser absolutas. Nada do que acredito jamais uma máxima. Sempre haverão outras verdades e este é o ponto que nos tira da adolescência e nos faz realmente adultos: altruísmo, empatia e respeito às diferenças. Quando eu digo "ser adulto", de forma alguma me refiro à idade, mas sim ao acúmulo de experiências vividas ao longo da vida que nos fazem refletir sobre quem somos e aonde devemos chegar. E isso, inevitavelmente vem com o tempo, com a vivência. Para uns cedo, para outros tarde, para outros nunca.

Eu acredito que esse sentimento tenha começado com as Eleições presidenciais de 2014. Eu parei de defender meus posicionamentos e comecei a ouvir, a tentar compreender todos os discursos e foi isso que aconteceu. Eu compreendi que as pessoas podem ter um bom coração votando em Aécio ou Dilma. Não são apenas os que votam no partido de extrema esquerda que estão bem intencionados como em minha antiga arrogância costumava crer. Dividir as pessoas em dois grupos como foi feito é simplificar e emburrecer a análise da sociedade.

Em seguida fui confrontado com três assaltos nos meses de outubro e novembro, no qual em dois dele sofri de uma violência injustificável. Além de apanhar fisicamente em plena luz do dia, fui feito refém por alguns minutos e sofri uma violação psicológica sem precedentes na minha vida. Vivi o inferno em que tudo o que conseguia era ficar em casa chorando e apavorado, com medo. Até hoje, tenho pesadelos todos os dias quando durmo com violência urbana. Muitas pessoas sofrem da violência urbana, de diferentes formas, seja na favela, seja no asfalto, seja qual for a posição social. Alguns inclusive sofrem muito mais do que eu. Nunca me esquecerei dos relatos de moradores da favela a respeito da violência policial, por exemplo. Eu não sofro disso e devo ter consciência de que outras pessoas sim. Desta forma, em momento algum posso dizer que o sofrimento no meio urbano seja uma questão presente apenas entre os que pertencem ao mesmo extrato social que o meu. Mas esse fato só veio de encontro com minhas crenças a partir do momento em que algumas pessoas disseram que por eu ser uma pessoa branca de classe média deveria "relativizar" a situação, como se minhas características me fizessem merecedor de tamanho sofrimento. Eu senti raiva, me senti frustrado. Não acho justo um discurso que ignore o sofrimento de uma pessoa e infelizmente ele é cada vez mais comum na militância. Eu estou farto de militância que só consegue pensar por estruturas. Ninguém escolhe nascer como nasce. As estruturas estão postas muito antes de nós nascermos e não é hostilizando pessoas favorecidas que vamos mudar essa situação, pelo contrário. Eu desejo o fim da heteronormatividade, por exemplo, mas de forma alguma desejo sofrimento para pessoas heterossexuais. Nossos inimigos não são pessoas e esse isolamento do mundo só nos faz acirrar as diferenças. Não é dessa forma que resolvemos os problemas. A militância se tornou algo tão mesquinho, é cheia de facções, o que a torna cega. Não permite que seus adeptos questionem, ou proponham algo diferente. Ela está tão enrijecida que me lembra em muito as instituições religiosas.

Posto esse texto nesse blog em que quase ninguém lê, pois, assim como estou farto de tentar alertar fiéis da igreja, não mais tentarei alertar militantes de esquerda. Quem quiser seguir em suas convicções enrijecidas, que sigam! Eu posso conviver com você, eu sei aceitar que existem pessoas que pensam diferente de mim e nem por isso precisam se tornar minhas inimigas. Nem por isso preciso printar a cara delas e expô-las ao ridículo nas redes sociais e assediá-las por pensarem diferente.

Sigo minha fé independente de qualquer instituição religiosa, sigo minha militância independente de qualquer instituição de esquerda. Estou feliz assim e os deixo em paz para agirem da forma como for melhor para vocês e continuarmos nos respeitando.
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Eu escrevi esse texto em 2015. Encontrei perdido aqui nos rascunhos. 

A montante e a jusante

Em uma das primeiras noites com você conversamos sobre os rios Solimões e Negro. Você tinha assistido a um documentário na noite anterior e estava intrigado com o fato de os dois rios não se misturarem logo de cara quando se juntam. Mal sabíamos naquela noite que o nosso datezinho se desenvolveria como ocorreu.  E eu fico pensando como nosso relacionamento me lembra muito esses rios. Um nasce nas montanhas do Peru, o outro nos planaltos venezuelanos. Um é racional, o outro é sentimental. Um tem águas barrentas de sedimentos, o outro tem águas escuras de matéria orgânica. Um é da noite, o outro é do dia. Um é meandrado, o outro é corre reto. Um é a drag queen mais incrível dessa cidade, o outro é o discreto professor de Ensino Médio. Mas no fim ambos os rios se encontram em Manaus onde passam a correr juntos. No início não se misturam, são diferentes demais! Mas a medida que correm juntos vão se ajustando um ao outro para formar o grande rio Amazonas. Dois rios que sozinhos são incríveis! Mas juntos, são gigantes!


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O grande rio encontrou sua foz e chegou ao fim. Chego ao mar e posso navegar em qualquer direção, para qualquer terra neste vasto oceano. Que surpresas me aguardam? Não sei. Mas sigo navegando para descobrir. Que bom que construí um bom barco e me cerquei de boas companhias para velejar.